O activista sul-africano Jay Naidoo, responsável
de uma organização multinacional que combate a desnutrição, defende que a
aposta na agricultura e na capacitação das mulheres permitirá acabar com a fome
e a pobreza em África.
África detém 60 por cento da área cultivável livre no mundo, mas 242
milhões de africanos "vão deitar-se com fome hoje", disse, em
entrevista à Lusa, o antigo político sul-africano, durante o ’Fim-de-semana da
Governação Ibrahim’, que terminou no último Domingo em Marraquexe, Marrocos.
Naidoo é da opinião que, para
resolver os problemas da fome e da pobreza em África, será necessária a
capacitação das mulheres e investimento na agricultura. “Sabemos que as
mulheres, quando têm dinheiro, investem na educação e na saúde dos filhos.
“Investir nas mulheres e na agricultura cria milhões de empregos para o nosso
povo em África e resolve a pobreza, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas",
garante.
Para Naidoo, um dos principais
problemas da África é continuar a agir como 54 países e não como um continente.
"Temos a riqueza do mundo, mas não a exploramos para beneficiar o povo
africano. Somos muito ricos abaixo do solo, mas o nosso povo é pobre",
disse, acrescentando que o tema da governação tem a ver com construir uma
agenda africana, que coloque o povo africano no centro.
Jay Naidoo, antigo ministro
das Comunicações do executivo de Nelson Mandela, é presidente da Aliança Global
para uma Nutrição Melhorada (GAIN), membro da direcção da Fundação Mo Ibrahim e
consultor de vários organismos internacionais, incluindo da UNESCO e do comité
do secretário-geral das Nações Unidas para a nutrição.
0 comentários: